Monday, February 21, 2011


Nós nos demos cargos e sobrenomes,
Criamos a religião,
Vestimos roupas e tomamos Champagne,
Tudo para nos diferenciar de um cão.

Inventamos problemas para nossa existência vazia,
Pregamos ideias que no fundo sabemos que não temos certeza,
Morte à quem se opõe à suposta verdade Relativa.

Não existe um Deus,
Nem ao menos um Messias num mundo pagão,
Não existe um demonio,
Bem como não há apenas um vilão.

Nós crescemos ensinados a defender o sistema,
Acreditando que ele nos protege,
Estimulados por sensacionalismo barato,
Compelidos à consumir futilidades que pagamos caro.

Não há sucesso absoluto,
É uma maldita guerra que nunca termina,
Uma guerra em que já somos todos derrotados,
Nosso progresso é uma piada de mal gosto.
Onde nossa humanidade só tem fracassado,

A benevolência caminha de mãos dadas com a hipocrisia.
Vivemos presos sob fronteiras e limites que acreditávamos nos proteger,
Nossos sobrenomes, nossas roupas, nossos bens e nossas etnias,
Falam mais alto do que a pluralidade de nosso ser,

Julgamos para não sermos julgados,
Atacamos para não sermos atacados.
E quem está errado?

É tudo e nada,
Anjos e demônios,
Paixão e raiva,

Amor e ódio,
Razão e emoção,
Realização e fracasso,
Liberdade e opressão,
Vida e morte,
Luta e rendição,

Lutam entre si como víboras,
Nos fazem "porções únicas",
Porções extintas.

Vidas se vão sem deixar saudade,
Momentos também,
Olhando para trás não vemos nada,
Olhando ao nosso lado,
Não vemos ninguém.